Até o momento, quatro jogos entre Brasil e Argentina ocorreram em Copas do Mundo.
O primeiro aconteceu em Hanôver, Alemanha Ocidental, no dia 30 de junho de 1974. O Brasil já era tricampeão mundial e atual campeão, enquanto os argentinos ainda buscavam seu primeiro título. O jogo foi válido pela segunda fase do torneio, que era composto por dois grupos com quatro seleções cada. O jogo foi válido pela segunda rodada e os argentinos precisavam da vitória para manter as esperanças de chegar à final, já que haviam perdido para a Holanda na primeira rodada, enquanto o Brasil havia vencido a Alemanha Oriental.
Já o Brasil, caso ganhasse, iria decidir com a Laranja Mecânica quem iria para a grande final. As seleções entram em campo naquele jogo com o Brasil vestido com a camisa azul pela primeira vez desde a final de 1958. Aos 32 minutos da primeira etapa, Rivelino chuta forte sem chance para Carnevali. Aos 35, falta para a Argentina, cobrada com perfeição por Brindisi, que empata. Contudo, aos 4 do segundo tempo, o Brasil ataca, Jairzinho é derrubado na área, mas o juiz nada marca. A defesa tenta contra atacar, mas o lateral-direito Zé Maria rouba a bola, avança e cruza para Jairzinho, de peixinho, decretar a vitória brasileira por 2 a 1 e a eliminação da Argentina da Copa.
Na Copa seguinte, dessa vez em solo argentino, novamente os dois rivais se encontravam na mesma situação. O Brasil tinha melhor campanha e uma vitória decretaria o adeus argentino à final. O jogo ocorreu em Rosário, no Estádio Gigante de Arroyito no dia 18 de junho de 1978.
A violência ditou o ritmo do Clássico. A Argentina fez a primeira falta com 10 segundos de jogo. Em 3 minutos, já haviam ocorrido 6 faltas e aos 12 minutos, 14 faltas. Apesar disso, o árbitro Karoly Palotai não distribuiu um único cartão amarelo até ali. Uma verdadeira batalha!!! Mas o 0 a 0 foi inútil para o Brasil, já que a vitória suspeita da Argentina sobre o Peru na rodada final eliminou nossa seleção da final.
Em 1982, no dia 02 de julho em Barcelona, Espanha, pela terceira vez seguida, Brasil e Argentina se enfrentavam em uma segunda fase de Copa. Mas dessa vez, ao invés do quadrangular, a segunda fase era composta por triangulares. Ao lado dos sulamericanos, estava a campeã daquela edição, Itália. Na primeira rodada, a Argentina havia perdido para a Itália por 2 a 1. os Albicelestes precisavam vencer o Brasil. Vale lembrar que os argentinos eram os atuais campeões e tinham uma excelente seleção, com Maradona, Mário Kempes e Daniel Passarela, dentre outros.
O que não impediu que os Canarinhos vencessem. Aos onze minutos, após rebote numa violenta cobrança de falta de Éder, Zico abre o placar. Aos 21 do segundo tempo, Falcão encobre o arqueiro argentino e Serginho Chulapa faz 2 a 0 de cabeça. Aos trinta, após impecável troca de passes, Júnior toca manso para as redes argentinas, decretando 3 a 0. Maradona acaba expulso após dar uma voadora no estômago de Batista, que havia dado uma entrada forte em Passarela no lance anterior. O argentino Díaz ainda diminuiu no fim decretando o 3 a 1, mas já era tarde.
Finalmente chegamos naquele que mais nos marcou. Tendemos a nos lembrar mais das derrotas. Pois eis que em 1990 ocorreu uma das mais traumáticas. Não pelo placar, foi apenas por 1 a 0. Tampouco pelo belo futebol que nossa seleção apresentava. Para dizer a verdade, a seleção de 90 era bem pragmática e diferentemente das de 82, 70 e 58 não encantava. O problema nesse caso foram as circunstâncias. Naquele 24 de junho de 1990, em Turim, Itália, fomos eliminados nas oitavas por uma adversário capenga, que vinha apresentando um futebol fraco até então, mediante um gol achado, já que o Brasil vinha sendo melhor o jogo inteiro e, finalmente, pelo nosso maior rival. Gol de Cannigia com um passe de mestre de Maradona.
Depois do jogo, o lateral Branco saiu dizendo que havia pedido água ao massagista da equipe adversária e, depois de beber, sentiu-se zonzo. Estranhou que a água dada a ele não fosse do mesmo frasco entregue a Maradona. Ficou preocupado e comunicou ao bandeirinha. Depois, na volta para a concentração, dormiu no ônibus e continuou sonolento no dia seguinte. A história, que parecia uma desculpa pelo fracasso da Seleção em campo, acabou sendo comprovada mais tarde. Coisas de um Brasil e Argentina.
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