Não resta dúvidas que São Januário é um dos mais icônicos estádios do Brasil. Por anos foi o maior estádio do Rio de Janeiro e consequentemente foi uma das casas da seleção brasileira. Lá, o Brasil jogou 23 vezes. Destas, 21 até 1950.
Apenas em 1989 o Brasil voltaria ao estádio. Na ocasião, um amistoso contra o Japão, vencido por um apertado 1 a 0. Em 1993, ocorreu a última partida do Brasil em São Januário. Outro amistoso. Vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai.
Por serem dois jogos que extrapolaram o comum, vale a pena relembrá-los.
Apesar de ser um confronto que relativamente ocorreu poucas vezes, engana-se quem pensa que ele não é repleto de história. O que torna essa rivalidade curiosa, consiste no fato de que ela foge ao padrão normal de rivalidade devido a proximidades geográficas. Trata-se da disputa por um punhado de ilhas estratégicas numa porção austral do hemisfério sul, o principal gatilho.
Engana-se, também, quem pensa que a rivalidade tomou conta do confronto após a Guerra das Malvinas. O conflito bélico serviu para acirrar ainda mais os ânimos entre os dois povos, contudo a disputa pelo território é de longa data. Mesmo não passando da seara diplomática, até 1982, as pretensões argentinas sobre as Malvinas sempre serviu de um ingrediente a mais no confronto.
Dada a situação, não é de se surpreender que apenas em 1951 as duas seleções, das mais antigas do futebol, realizassem uma partida amistosa. Tratou-se do primeiro jogo entre o English Team e a Albicesleste, um amistoso em Londres no dia 09 de maio e que terminou com vitória inglesa por 2 a 1.
Ao todo foram oito partidas amistosas. Como dito acima, a primeira ocorreu no lendário Wembley, sendo que dois anos depois, em 1953, foi a vez dos ingleses rumarem para a América do Sul. Nesse ano, dois jogos em solo argentino, ambos no Estádio Monumental. O primeiro, dia 14 de maio, terminou com vitória argentina por 3 a 1, enquanto o segundo, dia 17 de maio, terminou em um empate por 0 a 0. Em amistosos, o retrospecto é: três vitórias inglesas, uma argentina e quatro empates.
Outros dois jogos ocorrem por torneios amistosos. O primeiro foi válido pela Taça das Nações ocorrida no Brasil em 1964. A segunda ocorreu pela Challenge Cup realizada na Inglaterra em 1991. Já falamos sobre esse torneio. Clique aqui para ler. O primeiro teve vitória argentina, enquanto o segundo terminou em empate.
Finalmente o ouro veio. Antes, porém, várias vezes ele bateu na trave. Algumas vezes por falta de sorte, outras por enfrentarmos adversários mais fortes e outras por incompetência mesmo. Vamos começar uma série no FN. Vamos relembrar as outras medalhas olímpicas do nosso futebol.
Não farei uma descrição precisa e detalhada de cada torneio. Apenas citarei fatos e momentos que são importantes para a seleção brasileira dentro da competição.
Nossa primeira medalha foi a prata em Los Angeles em 1984. Vamos a alguns fatos.
Essa edição contou com o boicote socialista comandado pela União Soviética e as seleções que compunham o bloco socialista e cujos jogadores eram profissionais travestidos de amadores, não compareceram.
Os jogos foram disputados em Pasadena (região de Los Angeles), Boston, Annapolis e Stanford (região de São Francisco). Dessas quatro sedes, duas foram usadas 10 anos depois na Copa do Mundo, Pasadena, com o seu Rose Bowl, onde o Brasil jogou a final e a semifinal da Copa de 1994, e Stanford, com seu Stanford Stadium, onde o Brasil jogou contra Rússia e Camarões na primeira fase e os Estados Unidos nas oitavas.
Até essa medalha, o melhor resultado brasileiro tinha sido o quarto lugar em Montreal em 1976, quando perdemos o bronze para a União Soviética. Em contrapartida, nossos rivais Uruguai, com dois ouros e Argentina, com uma prata, já eram medalhistas olímpicos. Por isso mesmo, essa conquista foi muito valorizada.
A base da seleção de 1984 era o time do Internacional. Dos 17 jogadores, 11 foram cedidos pela equipe de Porto Alegre. O goleiro Gilmar e o meia Dunga eram os destaques daquela seleção. Ambos viriam a ser campeões mundiais em 1994 no mesmo estádio onde conseguiram a prata.
Foi a primeira vez que atletas profissionais eram admitidos. A única ressalva era que o jogador nunca tivesse disputado partidas de eliminatórias e Copa do Mundo pela sua seleção. Adiante, a restrição passou a ser etária, como vigora atualmente.
Na primeira fase, o Brasil derrotou a Arábia Saudita, Alemanha Ocidental e Marrocos. Nas quartas passou pelo Canadá nos pênaltis após empate por 1 a 1.
Nas semi, ganhou da Itália por 2 a 1 com um gol na prorrogação. Na final, perdeu para a França por 2 a 0.
Em 1995 e 1996 o Estádio do Morumbi passou por sérios problemas estruturais. Interditado e reformado, teve aos poucos sua capacidade de público sendo liberada.
O jogo de "reinauguração" foi marcado para o dia 13 de julho de 1996, contra a Seleção Sub-23 da Dinamarca. O SBT transmitiu e patrocinou a partida. Ao final da partida, um empate por 1 a 1 diante de um público de pouco mais de 18 mil torcedores.
Dias antes, essa mesma seleção havia sido goleada por 5 a 1 pela seleção olímpica brasileira em Florianópolis na última partida da seleção antes de rumar para os Estados Unidos para as Olimpíadas de Atlanta.
Ainda navegando na fama proporcionada pelo belo futebol apresentado na Copa de 1982, em algo atualmente inimaginável, no mês de junho de 1983, a Seleção rumou para a Europa para uma mini excursão onde foram realizados quatro amistosos preparatórios para a Copa América daquele ano.
No dia 08 de junho, em Coimbra, no estádio Municipal, o Brasil venceu Portugal por 4 a 0.
Em 1995, o Uruguai sediaria a Copa América. Visando preparar-se para cumprir um bom papel em casa, o que de fato aconteceu, uma vez que a Celeste foi campeã do torneio, os uruguaios rumaram para Dallas, Texas, para uma partida amistosa contra os Estados Unidos. O jogo ocorreu no dia 25 de março, aproximadamente um mês antes da Copa América.
A equipe norte americana saiu na frente e abriu 2 a 0, porém os uruguaios acabaram com a festa e empataram o jogo graças a uma falha bisonha do goleiro. Final, 2 a 2.
Nas preparações para sua Copa, a seleção dos Estados Unidos fez no dia 15 de maio um amistoso contra a Armênia. Em Fullerton, California, vitória da seleção local por 1 a 0.
Essa semana tivemos a final da Euro 2016 com o primeiro título de Portugal ao derrotar os anfitriões franceses com um gol de Éder na prorrogação. Mas, quais foram as outras finais de Euro que foram decididas na prorrogação? Vamos relembrar?
Ao todo, seis finais extrapolaram os 90 minutos de jogo, porém duas delas, em 1968 e 1976, que tiveram como sede Itália e Iugoslávia respectivamente, precisaram ir além dos 30 minutos de prorrogação. Na primeira, após um persistente 1 a 1, as seleções finalistas, Itália e Iugoslávia, precisaram de um jogo extra vencido pelos italianos por 2 a 0. Já na segunda, após empate no tempo normal e na prorrogação por 2 a 2, a Tchecoslováquia venceu a Alemanha Ocidental nos pênaltis por 5 a 3.
As edições de 1960, a primeira Euro da história, 1996, 2000 e, como citado, 2006, tiveram sua resolução na prorrogação.
Em 1960, disputada na França, Iugoslávia e União Soviética ficaram no 1 a 1 no tempo normal, com os soviéticos se sagrando campeões com um gol de Ponedelnik no tempo extra.
Em 1985, mas precisamente entre os dias 02 e 15 de junho, foram disputados no lendário estádio Asteca na Cidade do México, dois triangulares amistosos. Tratou-se de um exercício para que o país que viria a receber no ano seguinte a Copa do Mundo em substituição à Colômbia, que havia desistido da organização.
No primeiro, a Copa Cidade do México foi disputado pela seleção local, a Itália e a Inglaterra. Curiosamente, a última rodada desse torneio, entre mexicanos e ingleses também foi válida como primeira rodada para o segundo triangular, o Torneio Asteca 2000.
No dia 02 de junho, em jogo válido pela Copa Cidade do México, mexicanos e italianos empataram por 1 a 1.
Na década de 1990, a Recopa Sulamericana era disputada entre os campeões da Libertadores e da Supercopa do ano anterior. Porém, uma vez que o São Paulo foi o campeão de ambas as competições no ano de 1993, na edição de 1994, o Botafogo, campeão da Copa Conmebol disputou o mini torneio.
A disputa ocorreu em partida única em Kobe, Japão, no dia 03 de abril e terminou com vitória tricolor por 3 a 1. Foi o segundo título da equipe paulista no torneio.
Ao final dos anos 80, o narcotraficante Pablo Escobar era responsável por aproximadamente 80% de toda cocaína consumida no mundo. Desde o início de suas atividades, Pablo sempre procurou se aproximar das camadas mais pobres da população colombiana e o futebol era importante ferramenta para tal intento.
Pablo nas arquibancadas. Futebol era sua paixão.
Mas esse não era o único motivo. Escobar era, por si mesmo, um apaixonado pelo esporte. Ademais, via seus rivais do Cartel de Cali acumularem constantes vitórias nos gramados por intermédio do investimento que faziam no América de Cali.
Unindo o útil ao agradável, "El Patrón" iniciou altos investimentos no Atlético Nacional e Independiente, ambos times de sua cidade, Medellín. Disposto a fazer um time de sua cidade ser o primeiro campeão colombiano da Libertadores, não mediu esforços para que em 1989, o Nacional se sagrasse campeão. Suborno e ameaças a árbitros e adversários era sua principal ferramenta. Mas indo além, ele montou um esquadrão. O time era a base da seleção colombiana e contava com craques do calibre de Higuita, Carmona, Perea, Escobar (assassinado em 1994) e Usuriaga. O técnico era o renomado Francisco Maturana.
No dia 02 de dezembro de 1989, os dois gigantes cariocas rumaram a Juiz de Fora (MG), onde, no estádio Mário Heleno, disputaram mais um Fla-Flu válido pelo Brasileirão.
Seria só mais um jogo entre as duas equipes se não fosse o, então, último jogo de Zico como profissional. Como se sabe, posteriormente o Galinho voltou a jogar profissionalmente no Japão, mas como não era algo planejado, a partida tomou essa proporção, a da despedida de um ícone.
Contudo, se não foi a despedida de Zico do futebol profissional, foi do clube que marcou sua carreira. Em tom provocativo, o goleiro Tricolor, Ricardo Pinto, havia comentado durante a semana que nunca havia tomado um gol de Zico. De fato, isso nunca ocorrera, todavia, Ricardo deveria ter aguardado o fim da partida.
Zico abriu o placar com o que fazia melhor, um gol de falta. Ele ainda deu um lançamento magistral para Renato Gaúcho ampliar. Ao final, Flamengo 5 a 0.
Reportagem
Telê (técnico do Fluminense) e Zico antes da partida
Se hoje parece impossível esse confronto em uma partida amistosa, no dia 19 de outubro de 1991, no estádio RFK em Washington DC, foi possível ver os dois inimigos políticos em campo.
A Coreia do Norte estava se preparando para a Copa Asiática e os Estados Unidos vinham de seu primeiro título na Copa Ouro.